Duas árvores da minha história: juazeiro e o ipê amarelo

POR CARLINDA NUNES


O juazeiro é a árvore mãe do meu sertão pernambucano. É mãe porque tudo suporta: calor, seca, vento e até fogo. O ipê amarelo é o símbolo da terra que me acolheu, quando chega o calor, a seca, o vento e o fogo, ela dá o ar da sua graça na imensidão do céu azul da capital do nosso brasil. O juazeiro ainda serve de escola, bar, local de reuniões sociais, cultos missas. Já o ipê amarelo dá imensa alegria aos olhos dos admiradores de belezas. Onde não existe estrutura de alvenaria, ali está o juazeiro, frondoso de seca a inverno, acolhendo, alegrando dando vida à paisagem seca da caatinga nordestina. No meio das construções da cidade e da grama seca está o ipê amarelo, arrancando suspiros e elogios.Juazeiro musa saudosa do lirismo de Gonzagão e outros poetas que cantaram, escreveram e também choraram na sombra de um juazeiro. Juazeiro velho amigo, onde os pássaros chilream, fazem seus ninhos e têm seus filhotes. Aqui distante de ti sinto uma saudade grande de tua sombra, das tuas histórias e romances amorosos. Lugar de encontros marcados, descanso do gado, dos lavradores e das crianças quando vinham da escola distante, cansados da caminhada, ali eram acolhidas pelo teu verde. Juazeiro mal assombrado de tantos anos e de tantas histórias, de almas penadas, botijas de dinheiro enterradas em épocas antigas... tudo faz parte de tua história de vida e das vidas de muitos sertanejos.
Aqui no planalto central o ipê amarelo é quem nos dá o ar da graça nas primaveras, porém por poucos dias. Trocam suas folhas por lindas e frágeis flores cor de ouro. Deve ser por isso que não tem muitas histórias... Mas mesmo tão diferentes vocês me encantam com tanta beleza e arrancam da minha alma um sentimento de amor filial, o juazeiro, ao solo que me deu a vida e o ipê amarelo ao solo que me acolheu.

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